Momentos de reflexão individual enquanto se espera algo:
Respiro vozes, sons e cheiros. Sentada num jardim feito de mágoas e imoralidades passadas.
"De que sumo é feito a vida?"
(A incongruência de espasmos movimentais)
Agora, procuro os mesmo gostos, os mesmos ideais, a maneira idêntica de estar na vida mais do que a reacção química quase incontrolável da carne, dos opostos. Procuro mas não o dou a saber.
quarta-feira, setembro 20, 2006
sexta-feira, julho 28, 2006
50 minutos de navegante
Escrevo plainando nas águas calmas do Douro. A velocidade do Douro Abaixo irrompe na corrente para a foz.
Estou recolhida na sombra. Lá fora, turistas recebem o sol com chapéus. Sentem o vento douriano. Observam o Porto. O quadro da sua memória constrói-se com o amontoado de casas, vividas e vazias, com o cheiro a maresia, a simpatia das gentes, com o movimento eléctrico da ribeira.
Desvio o olhar.
Em Gaia, o sol mantem a sua força e mostra que da história se faz o presente. As caves do vinho do Porto convidam a conhecê-la.
Vêem-se pescadores e crianças nas margens.
Oiço estórias do comandante. Conta, com a riqueza de quem as viu, de quem se empolgou por vivê-las. Partilhou-as. E eu quis saber.
A viagem de barco no Douro permitiu olhar do mesmo ponto de partida para duas margens. Houve fixação memorial de ambas. De ambas escutei os sons, cheirei os odores, absorvi o que me deram.
A memória fica dos momentos em que se deu e recebeu e da transitoriedade do caminhar, tempo de viagem em que não se está em sítio algum.
Estou recolhida na sombra. Lá fora, turistas recebem o sol com chapéus. Sentem o vento douriano. Observam o Porto. O quadro da sua memória constrói-se com o amontoado de casas, vividas e vazias, com o cheiro a maresia, a simpatia das gentes, com o movimento eléctrico da ribeira.
Desvio o olhar.
Em Gaia, o sol mantem a sua força e mostra que da história se faz o presente. As caves do vinho do Porto convidam a conhecê-la.
Vêem-se pescadores e crianças nas margens.
Oiço estórias do comandante. Conta, com a riqueza de quem as viu, de quem se empolgou por vivê-las. Partilhou-as. E eu quis saber.
A viagem de barco no Douro permitiu olhar do mesmo ponto de partida para duas margens. Houve fixação memorial de ambas. De ambas escutei os sons, cheirei os odores, absorvi o que me deram.
A memória fica dos momentos em que se deu e recebeu e da transitoriedade do caminhar, tempo de viagem em que não se está em sítio algum.
quinta-feira, julho 20, 2006
Sanatório.
O fascínio toma o seu lugar.
A mulher concede a atenção ao princípio das coisas tocadas - pela extensão etérea dos homens no mundo: as suas mãos. Expressão da sua alma. Contingência da sua razão.
Porque reconhecemos o caos com tanta veemência?
É na tentativa de reencontrar em cada objecto uma história, de apropriação e abandono?
"Assustas-me pela tua imponência, pelo teu deserto interior.
Pareces estar à espera de algo.
Nestes anos deixaste que muito viesse ao teu encontro. Mas nada cresceu em ti. De ti, só se apoderou uma coisa: a doença."
O fascínio toma o seu lugar.
A mulher concede a atenção ao princípio das coisas tocadas - pela extensão etérea dos homens no mundo: as suas mãos. Expressão da sua alma. Contingência da sua razão.
Porque reconhecemos o caos com tanta veemência?
É na tentativa de reencontrar em cada objecto uma história, de apropriação e abandono?
"Assustas-me pela tua imponência, pelo teu deserto interior.
Pareces estar à espera de algo.
Nestes anos deixaste que muito viesse ao teu encontro. Mas nada cresceu em ti. De ti, só se apoderou uma coisa: a doença."
terça-feira, maio 23, 2006
Sábado
Sábado foi dia de levantar a pasta, as fitas, as letras das amizades, o orgulho. de mostrar a felicidade, o sorriso, a lágrima. mostrar ao mundo e a mim mesma que estou a conseguir.
Com o sabor das amizades... lembrei-me de um pequeno excerto do Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco:
Com o sabor das amizades... lembrei-me de um pequeno excerto do Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco:
"Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos
dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência."
terça-feira, maio 16, 2006
domingo, maio 14, 2006
as sinédoques do meu pensar
Tomo a parte pelo todo. que dizem ao recurso sinedoquiano? Preferia ser prolixa do que sintetizar tão analiticamente o que sinto. Ao menos dizia tudo e mais algum repetido. Não é por ter falta do que dizer. Até isto digo. É uma forma de me habituar a economizar espaço digital. que também precisa.
Um dia vou terminar este blog.
Um dia vou terminar este blog.
Estive contigo amiga. Penso, depois da conversa, que possas não me reconhecer. Cada um de nós segue o próprio caminho que a vida e as nossas opções ditam. Entrecortados os momentos, quando chegamos enchemos a voz e desenrolamos. Ainda queres saber? Quero falar de mim, quero ouvir de ti. Desculpa estar a ser chata...
sexta-feira, maio 12, 2006
Nascemos ontem e já vais casar?
Enchi-me de sorriso. Pensei a vida é mesmo assim e por mais que custe a solidão, tenho de viver com aquele espaço vazio, cheio de distância geográfica. Só geográfica!
Será que tenho de fazer discurso? ah e tal, não tenho muito jeito... mas já sei qual seria a resposta.
Enchi-me de sorriso. Pensei a vida é mesmo assim e por mais que custe a solidão, tenho de viver com aquele espaço vazio, cheio de distância geográfica. Só geográfica!
Será que tenho de fazer discurso? ah e tal, não tenho muito jeito... mas já sei qual seria a resposta.
quarta-feira, maio 10, 2006
a vida não deixa espaço para parêntesis com mais do que 5 segundos de pensamento
Alguém me disse para não esperar.
Outra.
Passou-me a mensagem subtil de que a vida é curta e que não deixa espaço para indefinições. Reflecti, mas ainda hoje continuo a pensar no assunto...
Outra.
Passou-me a mensagem subtil de que a vida é curta e que não deixa espaço para indefinições. Reflecti, mas ainda hoje continuo a pensar no assunto...
segunda-feira, maio 08, 2006
10 horas
sensações diversas numa noite longa. alegria, esquecimento, partilha, amizade, distanciamento, egoísmo, solidão, rigidez, nostalgia, paz.
quinta-feira, maio 04, 2006
era uma vez um menino. que sabia rir-se de si fazendo rir os outros. aqueles julgavam-no menino simples, existência que lhes trazia sorrisos às bocas. Julgaram que seria palhaço, um dia. Um dia chegou e ele fugiu. Não ficou para tomar a decisão. Tomou outra. Mudou de ares, fez sorrir outras pessoas pelo caminho. Andou a pé e de avião, foi pedreiro, carpinteiro, pintor. Actor em horas vagas, apercebeu-se que o melhor que sabia era fazer sorrir as pessoas. Dia após dia foi palhaço. Um certo dia, ficou, a tempo inteiro.
segunda-feira, maio 01, 2006
Escrever e aguardar...que o nosso público das desventuras nos reconheça como irmãos, irmãos da mesma linguagem e sentimento. É um tiro no escuro e no oco. E no eco, se faz ouvir a nossa voz, tantas vezes já a léguas de distância, já a léguas do nosso sentir. Parece que detemos a eternidade e que a damos ao mundo já com o nosso lugar marcado. Marcado com a marca que a nossa alma não esquece, e para tantos também o corpo.
A referência somos nós que a criamos. a neve, as estrelas, a luz, a surpresa de algo superior..a montagem das ideias é a consequência do nosso quadro mental. Círculo dividido em quatro partes, com quatro cantos. A nossa mente tem cantos que a razão desconhece. E o que chega aí? Intercidades não deve chegar, porque ser do interior é ser-se renegado. O que temos nós aí? cantos de teias de aranha, onde pacientemente se aguardam os mais recônditos segredos?
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